Quando a SELIC vai cair e o que MUDA para você?
Quando a SELIC vai cair e o que MUDA para você? | © Imagem Ilustrativa

A Taxa Selic é a taxa básica de juros da economia. Ela influencia as taxas de juros de todo o país e é utilizada pelo Banco Central (BC) para em conjunto com outras ações ajudar no controle da inflação.

A cada 45 dias o COPOM (Comitê de Política Monetária), órgão do Banco Central, formado pelo seu Presidente e diretores, se reune e define o destino desta taxa, se ela sobe, desce ou se mantém.

A redução da taxa Selic é esperada pelo governo e por grandes empresários desde o início do ano, mas só “querer” ou “esperar” que ela caia não é o suficiente para tal. E por que cair?

A taxa está em 13,75% desde agosto de 2022, mantendo-se firme e forte às últimas reunões do conselho. Na última reunião dia 21/06, todos os integrantes votaram por unanimidade pela sua manutenção, contrariando mais uma vez o governo.

O mercado financeiro tem a expectativa de que a Selic encerre 2023 em 12,25% ao ano, segundo o boletim Focus. Para o fim de 2024, a estimativa é que a taxa básica caia para 9,50%. Já para o fim de 2025 e de 2026, a previsão é de ficar em 9% e 8,75% ao ano, respectivamente.

A SELIC alta é garantia de controle de inflação, uma vez que os juros para empréstimos estão mais altos, o que contém o consumo de certa forma. Por outro lado se a SELIC cai, a tendência é que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo, reduzindo o controle sobre a inflação e estimulando a atividade econômica. Essa é uma visão “consumidor”, agentes deficitários, tomadores de crédito.

Na visão “investidor”, agentes superavitários, fornecedores de dinheiro/crédito, se a SELIC cai, os rendimentos caem junto, fazendo com que mudem a estratégia de investimentos, já pensando em uma migração para investimentos pré-fixados, enfim, a ideia é ter ganho real (rendimentos acima da média da inflação).

Na visão “governo”, SELIC mais baixa significa menor dívida pública, uma vez que a remuneração dos títulos emitidos pelo governo é menor e há aquecimento geral da economia, porém, o equilíbrio tem que haver, porque aquecimento da economia em demasia se torna inflação alta.

“Paciência e serenidade”, é o pedido do Presidente do Banco Central Roberto Campos Neto. Pra falar a verdade, eu gostei desse pedido!

Para o Copom, a recente aprovação do arcabouço fiscal deve ajudar no equilíbrio das contas públicas, impactando nas expectativas de inflação. Nesse sentido, com a proposta aprovada, o governo tende a flexibilizar o teto de gastos criado durante o governo Michel Temer e abre espaço para a queda da taxa SELIC.

Entende-se que tudo que o COPOM está tentando fazer é definitivamente ter um real equilíbrio econômico, onde possa se ter sim inflação mais baixa com Selic mais baixa, o que de fato seria a perfeição. Com tudo, todos precisam fazer sua parte, inclusive o governo, controlando os gastos públicos.

Agora me diga: Gostou ou não da manutenção da taxa SELIC a 13,75%?

Reflexão da semana: Já dizia Santo Agostinho – “Não há lugar para a sabedoria onde não há paciência”.

Dica da Jô: A pressa é inimiga da perfeição!

 Desejo a você uma excelente semana.

Joenice Diniz | Consultora Financeira | @joenicediniz