Salário Mínimo subiu. Qual seu impacto para a economia?
Salário Mínimo subiu. Qual seu impacto para a economia?

“Salário Mínimo” subiu no dia 01/05, por acaso no “Dia do Trabalhador”. O aumento foi adiado por quatro meses, pois seu aumento antecipado não permitiria o pagamento dos benefícios do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social).

Esse foi o segundo aumento do ano. Em janeiro saiu de R$ 1.212,00 para R$ 1302,00, e agora passou para R$ 1.320,00. Analisando em reais, realmente dá uma sensação de pouco dinheiro, a questão é que para quem vai pagar o volume é bem razoável. O valor de R$ 1320,00 já estava previsto no Orçamento Geral da União de 2023.

Sua postergação se deu porque os R$ 6,8 bilhões destinados ao mesmo foram considerados insuficientes para cobrir as aposentadorias e pensões existentes, juntamente com as concessões dadas no segundo semestre de 2022. A meu ver estas concessões já tinham que ter sido contempladas no orçamento, uma vez que já existe uma projeção orçada, ou seja, nenhum dado muito fora da normalidade da rotina de custos do governo.

Fala-se em geração de custos em torno de 18 bilhões de reais aos cofres públicos, considerando 2023 e 2024, valor muito diferente dos 6,8 bilhões destinados. Parece mentira, mas…. é pura verdade. Não é à toa a busca incessante do aumento de impostos, ou seja, ou arrecadam mais, ou a conta não fecha, considerando que o governo não fala em nenhum momento em corte de gastos.

Primeira pergunta reflexiva: Qual o impacto desse aumento para a economia? Apesar de ser considerado pouco (valor não expressivo), para os que realmente dependem desse dinheiro, sempre é uma oportunidade de aumento de consumo, ou seja, essa quantia, é devolvida para a economia em forma de compras, que significam mais vendas, mais produção. Se o aumento vai gerar um custo de 18 bilhões para o governo, são 18 bilhões a mais na economia se movimentando simultâneamente. Aliás, na economia por conta destas transações simultâneas, utilizamos uma regra que é considerada a “multiplicação do dinheiro”. Como assim? Vou explicar.

Para cada real que entra na economia, utilizamos o multiplicador 5 como referência. Exemplo: Para cada R$ 10,00 gastos, considera-se injetado R$ 50,00 na economia. Por que isso? Esses R$ 10,00 gastos serão utilizados por quem recebeu para pagar seus fornecedores, que por sua vez pagam seus parceiros e funcionários, que depositam este dinheiro, que é investido e emprestado e assim por diante.

À princípio isso parece ser muito bom, correto? Mas pode não ser. Vou explicar: Já ficou claro que o aumento do salário mínimo trará um aumento do consumo devido a maior quantidade de dinheiro na economia (temos inclusive o fator de multiplicação 5). Resumindo: Mais dinheiro, mais consumo, mais inflação. A inflação reflete diretamente na rentabilidade dos títulos públicos, considerando que vários são indexados ao IPCA (índice da inflação). Com inflação aumentando, há a necessidade de aumentar ou no mínimo manter a taxa SELIC (taxa básica de juros), a fim de conter essa inflação.

O que fazer então? A palavra é equilíbrio! Só aumento de renda, não resolve o problema financeiro da população, tampouco o problema econômico do país, muito pelo contrário, dependendo pode agravar se considerarmos o aumento da inflação e dos juros. Simples e complexo ao mesmo tempo.

Reflexão da semana: “Nem tudo que reluz é ouro”, já dizia William Shakespeare.

Enquanto isso, segue a “Dica da Jô”: “Para o real desevolvimento do país, e a “balança da economia” fique equilibrada, os dois pratos precisam ter o mesmo peso”.
Desejo a você uma excelente semana!
Joenice Diniz