Taxa SELIC caiu de novo! Entenda como ela afeta sua vida
Taxa SELIC caiu de novo! Entenda como ela afeta sua vida | © Imagem Ilustrativa

SELIC vem da sigla para “Sistema Especial de Liquidação e de Custódia”. Essa taxa, que é definida pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil (BC) em reuniões que acontecem a cada 45 dias, serve como base para linhas de crédito, como em operações de empréstimos e financiamentos, além do rendimento de aplicações financeiras. Economicamente falando é um dos principais instrumentos da política monetária para controlar a inflação do país.

Como assim? Ajuda a controlar a inflação? Isso mesmo que ouviu. Vou te explicar!

Sazonalmente, o sobe e desce da SELIC tem a intenção de interferir no consumo. Consumo caindo ou subindo siginifica inflação fazendo o mesmo movimento.

Resumindo funciona assim: em momentos nos quais há a perspectiva de aumento dos preços gerais de produtos e serviços, a taxa Selic é elevada, aumentando o custo do dinheiro e reduzindo a quantidade de moeda em circulação. Quando há perspectiva de inflação controlada, a taxa Selic é reduzida com o objetivo de reaquecer a economia, estimular o consumo e investimentos produtivos, tornando o dinheiro “mais barato” e aumentando a circulação da moeda.

Aí você deve estar se perguntando: Reaquecer a economia não aumenta a inflação? Em tese sim. O ideal seria manter a inflação baixa e também manter o consumo alto. Isto é o que se tenta fazer desde os primórdios. Infelizmente não é isso que temos visto.

Nós últimos dois anos vimos um movimento de aumento da SELIC, depois de fechar o ano de 2020 em 2% (baixíssima inclusive). Então qual era o cenário que tínhamos? Selic baixa é sinônimo de juros baixos (tanto de aplicações como de empréstimos), ou seja, um estímulo a buscar novas maneiras de rentabilizar esse dinheiro já que bancos e financeiras não estavam pagando quase pelos valores investidos.

Pensando assim, qual a vantagem de deixar este dinheiro aplicado? Praticamente nenhuma considerando outras oportunidades. Podemos traduzir outras oportunidades como investimentos em imóveis por exemplo, ou em empreendimentos como aberturas de novas empresas. Para quem precisa comprar algo, a chance de fazê-lo com empréstimos a juros baixos. Esse movimento super aquece a economia, e portanto, temos um cenário com muitos compradores. Em contrapartida o preço do que está sendo comercializado, por conta da alta demanda, sobe, e junto com os preços a nossa INFLAÇÃO.

Cito neste caso a nossa famosa lei da Oferta x Procura. Quanto mais procura existe, mais os preços sobem (considerando não ter oferta para todos). Quem vende tem condições de pedir mais pelo produto que está sendo procurado (alta demanda).

Ocorre que estávamos com a Selic alta, portanto, muitos investidores, mantiveram seu dinheiro em investimentos de renda fixa, considerados mais seguros, com excelente rentabilidade, o que significa menos dinheiro circulando, menos pessoas comprando, inflação baixa. Opa!!! Inflação baixa é ótimo… e mais uma vez eu digo: EM TESE SIM! Mas junto com a inflação baixa, há menor circulação de dinheiro, as empresas vendem menos e podemos chegar a um ponto de termos empresas fechando suas portas, funcionários sendo demitidos. Seria o caminho para a tão temida recessão. Fechamos então o ciclo inflacionário que tende a subir e descer de acordo com a SELIC.
Entendeu agora o porquê da queda da Selic?

Gerenciar a alta e queda da SELIC é dos grandes desafios do governo, e que sem dúvida alguma, reflete diretamente no nosso consumo e qualidade de vida.

Espero que você caro leitor, tenha entendido um pouco mais sobre a SELIC x INFLAÇÃO, onde meu maior objetivo é  ter contribuído um pouco mais para sua educação financeira.

Dica da Jô: “O conhecimento é a arte de entender a vida”. Aristóteles.

Desejo a você uma excelente semana.

Joenice Diniz | Consultora Financeira | @joenicediniz