Certamente você já olhou para as patas do seu pet e ficou em dúvida se as unhas dele devem ser cortadas ou se são naturalmente desse tamanho. Mas qual é a forma e a frequência correta para cortá-las?

O importante aqui é entender que o corte das unhas não está apenas relacionado à estética. Quando os animais estão com unhas grandes podem desencadear problemas de saúde, pois, além do desconforto, alteram a forma natural de pisar, modificando a anatomia das patas, pernas e dos membros.

A periodicidade do corte depende diretamente do estilo de vida de cada um. Se moram em apartamento, são idosos ou não tem o hábito de brincar e correr, não ocorre o desgaste natural das unhas, sendo indispensável a realização do corte pelos tutores em casa ou no pet shop, com uma frequência maior. Já aqueles que vivem em quintais de pisos rústicos, que passeiam em parques e calçadas como rotina, enterram brinquedos e depois os desenterram, ou utilizam arranhadores (no caso de gatos), acabam por desgastar naturalmente as unhas pelo atrito com o solo. É importante observar tanto as patas da frente quanto as traseiras para avaliar se está tendo o mesmo desgaste em todas e se necessário, o corte deve ser realizado.

Nas patas dianteiras, é importante observar a unha flutuante, no ‘quinto dedo’, chamado de Ergot, pois com a domesticação cada vez mais evidente dos pets, esse dedo tem pouco atrito com o solo e costumeiramente a unha cresce muito. Em alguns casos, chega a ferir o coxim das patinhas, podendo até mesmo perfurá-lo. Ou em cães de pelo longo, o mesmo acaba se enrolando nessa unha, formando nós que causam dor sempre que o animal se movimenta.

Quando as unhas estão muito longas, ocorre uma alteração do modo de pisar do animal, podendo causar deformidades posturais e perda de equilíbrio. A coluna e o quadril são os mais afetados devido à alteração na postura. Nesses casos, o animal tende a movimentar-se menos, demonstrar sinais de dor nas tentativas de locomoção e emagrecer. Será perceptível que ele está triste e não quer brincar como fazia antes.

Por estar longa, muitas vezes pode enroscar em tecidos e nos móveis da casa, chegando a quebrar. Os ferimentos decorrentes de quebra das unhas podem infeccionar, e se não tratados adequadamente podem desencadear problemas mais sérios em ossos e articulações.

Diferentemente dos cães, os felinos conseguem retrair as unhas, que são muito utilizadas na sua caça e defesa, e por esse motivo não ficam aparentes ao olho nú. Pela particularidade anatômica da espécie, não desgastam naturalmente as unhas por atrito e procuram realizar esse desgaste arranhando objetos, como troncos de árvores, brinquedos ou mesmo móveis. Nesse caso, o corte é indicado, além da aquisição de arranhadores específicos, especialmente para gatos que vivem em apartamento. Eles deixarão o ambiente decorado e descontraído e seu gato irá adorar!

É importante destacar que, diferente das unhas dos humanos, os animais possuem vasos sanguíneos e nervos no interior das unhas. Um corte feito de maneira inadequada pode causar sangramentos e desconforto aos animais de estimação. Se não se sentir preparado, busque auxílio de profissionais da área.

Se ainda ficar com dúvidas, ou quiser conhecer um pouco mais do universo dos animais, só me chamar no @suellencordovagobetti.

Dra Suellen Córdova Gobetti | Médica Veterinária | CRMV/Pr 7166