Como forma de comemorar o Dia da Consciência Negra e os festejos de aniversário da cidade, o Museu de Arte de Londrina (MAL) inaugurou na segunda-feira (18) a exposição “Londrina 90 anos”. A mostra permanecerá em exposição até 28 de fevereiro de 2025, na sede da Secretaria Municipal de Cultura (SMC), a Antiga Casa da Criança, e no 2° Saguão da Prefeitura de Londrina. Aberta a todos os públicos, a visitação funciona de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h e das 12h às 18h, respectivamente.
Pensada de forma integrada, a exposição apresenta cerca de 25 obras distintas de nove artistas londrinenses, divididas entre a sede da SMC (Praça Primeiro de Maio, 110) e o saguão do 2° andar da Prefeitura (avenida Duque de Caxias, 635, Centro Cívico). Entre elas, estão pinturas, desenhos, fotografias e gravuras do acervo do Museu de Arte. Com destaque para a presença de artistas negros, como Walter Ney, José Maria Frutuoso, Bhall Marcos e Agenor Evangelista, a mostra ainda traz duas obras do argentino Carybé, radicado no Brasil, em um mergulho nas expressividades afro-brasileiras. Henrique de Aragão também integra a exposição com sua obra “13ª Estação”, utilizando a expressividade das cores fortes como narrativa em sua arte sacra.
O universo das gravuras está presente com obras de Paulo Menten e Carolina Sobreira. Menten tem em exposição algumas obras da série “Pioneiros”, que integram o Memorial do Pioneiro, localizado em frente à Concha Acústica. Já Carolina Sobreira apresenta algumas litografias e gravuras da série “Paraná Mato Adentro”, produzidas a partir da fauna e flora do Paraná. A mostra ainda homenageia a artista plástica Udhi Jozzolino, apresentando as três obras de sua autoria inseridas no acervo do Museu de Arte de Londrina. Com seus 86 anos de idade, a artista pioneira segue produzindo arte, reafirmando sua importância na cena cultural local.
Segundo o gestor cultural Danilo Lagoeiro, a curadoria da exposição foi orientada por uma pesquisa crítica sobre o acervo. A pesquisa evidencia que há uma representatividade reduzida de artistas negros em geral, e a ausência de artistas mulheres negras. Nesse contexto, Lagoeiro afirma que apresentar artistas negros na exposição não deve ser visto como uma solução definitiva para essa lacuna no acervo, mas sim como parte de um processo contínuo de reflexão e inclusão. “Estudar o acervo criticamente é valorizar, é produzir manutenção, é produzir exposições, mas é também olhar o que há de ausente nele, para que a gente possa construir o museu do futuro com essas outras possibilidades”, salientou
Londrina sob fotogramas – Além das obras do acervo do MAL, a exposição “Londrina 90 anos” apresenta uma série de 22 fotografias da edificação da antiga Casa da Criança, provenientes do acervo do Museu Histórico de Londrina Padre Carlos Weiss e da Diretoria de Patrimônio Artístico Histórico-Cultural da SMC. As imagens retratam a inauguração da Antiga Casa da Criança, em 14 de agosto de 1955, além das obras de restauro realizadas nos anos de 2015 e 2016. Há registros de crianças e trabalhadores, evidenciando a importância histórica e patrimonial do edifício para a cidade. Com informações do N.Com.