Prefeitura de São Paulo troca de tapumes por muro de 40 metros na Cracolândia
Foto: Reprodução TV Globo

A Prefeitura de São Paulo substituiu tapumes de metal por um muro de alvenaria no bairro de Santa Efigênia, região conhecida como Cracolândia. A gestão municipal justificou a obra como uma medida para “proteger as pessoas em situação de vulnerabilidade”. O muro, com 40 metros de extensão, foi construído na Rua General Couto Magalhães, nas proximidades da Estação da Luz. Ele cerca um terreno triangular de propriedade municipal. No lado oposto, na Rua dos Protestantes, tapumes de metal foram removidos, e um dos acessos ao local agora é delimitado por grades. De acordo com a Prefeitura, a troca foi necessária porque os tapumes de metal frequentemente eram danificados, representando risco de ferimentos a pedestres e pessoas em situação de vulnerabilidade. Além disso, a estrutura é parte de ações de assistência à saúde no local, conhecido como Cena Aberta de Uso (CAU).

Críticas e Denúncias
A ONG Craco Resiste condenou a construção do muro, alegando que a obra foi realizada sem diálogo prévio com a população local. Segundo a organização, o espaço delimitado carece de condições mínimas, como banheiros e pontos de água potável. A ONG também relatou que usuários de drogas são submetidos a revistas constantes pela Guarda Civil Municipal (GCM), que, segundo as denúncias, retira objetos pessoais sem justificativa e utiliza spray de pimenta para forçar os frequentadores a permanecerem dentro da área delimitada.

Posicionamento Oficial
A Secretaria Municipal de Segurança Urbana afirmou que não tolera desvios de conduta por parte de agentes da GCM e que todas as denúncias são rigorosamente investigadas. A Prefeitura destacou ainda que a atuação da GCM nas Cenas Abertas de Uso é voltada para proteger agentes públicos e garantir serviços de zeladoria, saúde e assistência social.

Defensoria Pública Investiga
A Defensoria Pública do Estado de São Paulo elaborou, em julho de 2024, um relatório sobre o isolamento de dependentes químicos na área. O documento aponta relatos de deslocamento forçado e proibição de permanência em espaços públicos, realizados por agentes da GCM e da Polícia Militar. Os defensores questionaram a eficácia do isolamento no acesso a serviços de saúde. O relatório destacou que, antes da implementação das barreiras, os profissionais de saúde conseguiam atender os usuários sem grandes dificuldades, e que o isolamento apenas intensificou tensões entre os frequentadores e os agentes responsáveis pelo suporte. Com informações site Metrópoles