Autoamor não é egoísmo
Valorize a sua voz interior, respeite aquilo que pulsa no seu coração, seus desejos, suas vontades, suas virtudes, suas escolhas, seus valores!

Recebo muitas mulheres para atendimento na terapia com um sentimento de culpa por “tentarem” se priorizar ou se colocarem em primeiro lugar dentre as demandas do dia-a-dia. Aqui, deixo entre aspas e enfatizo a palavra “tentar” porque na realidade esse é um movimento complexo, profundo e que vai muito além do desejo mental. É por isso que ouço sempre: “Eu quero, mas chega na hora de fazer, eu não consigo”.

A questão aqui é que essas mulheres além de saber, precisam realmente “SENTIR” que merecem ser priorizadas, ou seja, é um movimento que acontece de dentro para fora.

Mas e agora? Como fazer isso?

Sentir que o autoamor acontece para a nossa própria valorização e autodesenvolvimento não é tarefa fácil, principalmente nessa sociedade patriarcal na qual vivemos.

De forma inconsciente, aprendemos desde pequenas que “bonito” e “educado” é agradar aos outros mesmo que isso nos machuque. Na infância vamos significando o mundo pelos olhos dos outros. Vamos crescendo e nos moldando buscando por aceitação, por amor, por aprovação, entre tantas outas coisas. Vamos perdendo a identidade, a coragem, a conexão com nosso corpo e ao mesmo tempo, ganhando muito medo do julgamento alheio. Sim, isso acontece e é muito cruel.

E como virar esse jogo?

Gosto de usar a máxima: Oferecemos a nós mesmas e aos outros apenas o que temos dentro de nós. Então, se quero ser uma mãe alegre e dedicada, uma esposa ou namorada amorosa, uma profissional que sabe fazer a gestão das suas emoções, uma amiga que valoriza suas companhias, uma filha grata e um ser humano melhor para o mundo, preciso primeiramente me abastecer dessas virtudes e sentimentos. Lembre-se, um posto de combustível com as bombas vazias não consegue abastecer um carro sequer.

Quando mudamos a forma de olhar e entendemos que só conseguimos oferecer o que temos dentro de nós, a culpa aos poucos vai indo embora abrindo espaço para o autoamor que também aos poucos, vai crescendo e ocupando esse lugar.

Mas como posso praticar o autoamor?

Lembrando que a sua felicidade só depende de você, que pode dizer não sem se sentir culpada, que precisa se cuidar para cuidar do outro, que pode ser mais paciente e amorosa consigo mesma, que é um ser humano falível e pode recomeçar quantas vezes forem necessárias, que está tudo bem em não conseguir controlar o que está fora de você, que pode expressar sua liberdade com segurança, que é a única responsável pela escolha do seu caminho, que precisa e deve impor limites, entre tantas outras coisas.

Com o desenvolvimento do autoamor, desenvolvemos também o autoacolhimento, o autorreconhecimento, a autovalorização e principalmente, a autorrealização. Nós nos tornamos protagonistas da nossa própria vida.

Dessa forma, deixamos de entregar carência, medo, escassez, sentimento de inferioridade, vazio, falta de motivação e naturalmente passamos a entregar amor, plenitude, luz, ou seja, entregamos vida à vida.

Valorize a sua voz interior, respeite aquilo que pulsa no seu coração, seus desejos, suas vontades, suas virtudes, suas escolhas, seus valores…

Seja honesta consigo mesma, com aquela que você encara todos os dias pela manhã ao se olhar no espelho. Faça as pazes com seu corpo, se reconecte com sua sexualidade, com seu feminino. Agradeça as infinitas possibilidades que estão nas suas mãos. Assuma esse compromisso com você mesma: coloque-se como prioridade na sua agenda.

Com amor, Nanda Cunha
Doutora em educação e Terapeuta Tântrica
@nandacunhaterapeuta