O Grito Silencioso: Explorando as Profundezas do Descontentamento e das Aflições Humanas
O Grito Silencioso: Explorando as Profundezas do Descontentamento e das Aflições Humanas

Hoje em dia há muitas pessoas como o coração pesado e a mente tumultuada, sentindo-se completamente descontentes com a vida, imaginando que tudo o que faz é em vão, que não está conseguindo alcançar os seus objetivos e que está presa em uma rotina interminável e desgastante.

Para entender um pouco mais, o descontentamento é um sentimento de insatisfação ou desagrado em relação a uma situação, pessoa ou circunstância. É a sensação de que algo está faltando ou não está como deveria ou poderia estar.

Já a aflição é um sentimento de agonia, preocupação demasiada, sofrimento muito forte, agitação por algum motivo ou situação que pode afetar a vida direta ou indiretamente, consciente ou inconscientemente. Pode ser ainda a sensação de que algo vai dar “errado”, ou de que alguma tragédia pode acontecer.

Existem várias causas possíveis para descontentamentos e aflições, como problemas financeiros, conflitos pessoais, conflitos de relacionamentos, estresse, ansiedade, questões de saúde mental, desconexão com o seu ser espiritual, entre outros.

Uma das principais causas do descontentamento é a sensação de falta de propósito ou significado na vida. Quando uma pessoa não sabe o que quer ou não encontra um sentido em suas atividades, ela pode se sentir desanimada.
Outra causa comum de descontentamento é a comparação social. Quando comparamos nossas vidas com as dos outros, é fácil sentir que estamos ficando para trás ou que não somos tão bem-sucedidos como gostaríamos. Isso pode levar a sentimentos de inveja, ressentimento e amargura.

Algumas pessoas podem se sentir descontentes porque não estão satisfeitas com seu trabalho, relacionamentos, saúde ou outras áreas de sua vida. Outros podem sentir-se descontentes simplesmente porque não estão felizes consigo mesmos ou sentem que algo está faltando em suas vidas.

Na nossa jornada terrena, precisamos olhar e ser justos com todas as nossas questões. É preciso dar a César o que é de César, no sentido de cumprir rigorosamente os próprios deveres, assim como Jesus ensinou. Logo podemos interpretar desse modo todas as áreas de nossa vida. Imagine se cada pessoa exercer plenamente o seu papel nos relacionamentos familiares, sociais, profissionais e afetivos, sendo autêntico em primeiro lugar consigo mesmo e depois com os outros, será com imaginar um grande quebra-cabeça montado, cada peça no seu devido lugar, tudo encaixado para contemplar a linda obra de arte.

O que acontece na maioria das vezes é que o próprio ser se sobrecarrega tomando o papel do outro, percebemos funcionários querendo mandar no patrão, filhos ditando regras aos pais, esposas realizando o papel de marido ou de mãe dele ou vice e versa, adultos se comportando como crianças e assim por diante. Dessa forma as peças, mesmo que perfeitas, não se encaixam impossibilitando a arte de contemplar e de viver a vida plena e feliz.

Quem se cura, em geral, passa a esperar que todos se curem também. O ser plenamente curado anseia por viver em um mundo curado. Entretanto, o mundo segue em seu próprio ritmo.

Uma pessoa pode apenas ditar o ritmo de sua evolução. Quanto aos outros, resta-lhe somente influenciar, mais por exemplos do que por palavras. Afinal, o livre-arbítrio é uma dádiva de Deus aos Seus filhos, cada um é livre para decidir os seus caminhos e se vai apressar ou retardar o passo rumo à paz e a verdadeira felicidade. Quando vivemos uma vida reta e fraterna, podemos nos sentir honrados e solidários.

A espiritualidade pode alcançar um papel importante no enfrentamento do descontentamento com as coisas da vida. Muitas tradições espirituais ensinam que a felicidade e satisfação não vêm de coisas externas, mas sim da paz interior e da conexão com algo maior do que nós mesmos. A meditação, a oração e outras práticas espirituais podem ajudar a criar essa conexão e trazer uma sensação de paz e contentamento, mesmo em meio às dificuldades. Uma pessoa que busca a espiritualidade pode cultivar um senso de gratidão e contentamento em sua própria vida. Ao reconhecer as bênçãos que temos, em vez de focar no que falta, podemos encontrar mais alegria e satisfação em nossa vida.

No entanto, a espiritualidade também pode ser mal compreendida ou mal utilizada quando se trata de lidar com o descontentamento. Algumas pessoas podem permanecer à espiritualidade como uma forma de escapar ou negar seus problemas, em vez de enfrentá-los de frente. Outros podem ficar presos em uma busca constante por uma experiência espiritual perfeita ou por um estado de felicidade constante, o que pode levar a sentimentos de obediência e desilusão.

Por fim, o descontentamento pode ser um sinal de que algo está faltando em nossa vida. Isso pode ser uma conexão mais profunda com os outros, uma mudança de carreira, uma mudança de estilo de vida ou uma busca por um propósito mais significativo. A espiritualidade pode ajudar a pessoa a explorar essas questões mais profundas e encontrar as respostas que precisa para seguir em sua vida. Para uma solução mais eficaz, é importante identificar a causa raiz e buscar ajuda profissional, se necessário. Além disso, é importante perceber o lado positivo de tudo que chamamos de “negativo”, cuidar da saúde física, mental, emocional e espiritual para o seu bem-estar.

Rafael Tadashi Ubukata — Terapeuta Integrativo
Mental, Emocional e Espiritual | @rafaelubukata